Avaliação de Kirkpatrick: entenda o que é e a sua importância

 

Entenda em nosso conteúdo o que é o modelo de avaliação de Kirkpatrick.

As organizações buscam capacitar os funcionários por meio da aprendizagem contínua, e essas ações de desenvolvimento do capital intelectual precisam ser avaliadas, para que se possam conhecer os seus resultados. Nessa perspectiva, surgiu o modelo de avaliação de Kirkpatrick.

Esse modelo é um dos mais utilizados nas empresas, pois além de avaliar a satisfação e a aprendizagem dos indivíduos, também identifica todos os critérios que influenciam esses dois aspectos, sejam eles referentes aos próprios indivíduos ou às condições para a realização dos treinamentos.

A avaliação de um programa de treinamento e desenvolvimento visa melhorar as estratégias do setor de Recursos Humanos, incentivar a formação permanente e melhorar a qualidade das tarefas organizacionais. Portanto, veja como o modelo de avaliação de Kirkpatrick pode ajudar a sua empresa a avaliar melhor os treinamentos corporativos.

 

A importância dos modelos de avaliação na empresa

 

Antes de falarmos sobre o modelo de avaliação de Kirkpatrick, explicaremos a importância dos modelos de avaliação nas empresas de modo geral.

Os modelos de avaliação são importantes para que as companhias não se percam em suas atividades e invistam em melhoria contínua. Ou seja, sem fazer uma análise do trabalho que está sendo desempenhado, fica muito difícil saber quais são as atitudes necessárias para melhorar essa questão.

Por isso, os modelos de avaliação geram resultados que serão base para os planejamentos estratégicos que serão desenvolvidos e é muito importante que as organizações façam uso dessa ferramenta em seu cotidiano.

Afinal, caso não haja uma avaliação do retorno dos investimentos que estão sendo feitos, a companhia perde não só na qualidade de seus serviços e colaboradores, mas também por fazer investimentos em vão.

Logo, adotar esse tipo de ferramenta é fundamental para todos os indicadores da companhia, pois gera o aumento de conhecimento e engajamento dos profissionais, ampliação da produtividade, crescimento dos lucros da companhia e melhoria contínua de seus produtos ou serviços.

 

O modelo de avaliação de Kirkpatrick

 

Os modelos tradicionais de avaliação dos cursos baseiam-se apenas nos resultados, como satisfação e aprendizagem. Mas, para Kirkpatrick, os modelos de avaliação devem levar em consideração os fatores internos e externos ao curso que produzem esses resultados (perfil do participante, suporte à aprendizagem, por exemplo).

Esse modelo foi proposto no ano de 1976 e Kirkpatrick foi um dos primeiros a desenvolver um modelo de avaliação de treinamentos corporativos. O modelo apresentado por ele sofreu alterações ao longo do tempo e também muitas revisões e críticas, como a proposta por Hamblin (1978).

Assim, a avaliação dos treinamentos oferece a possibilidade de reavaliar os procedimentos relacionados aos cursos desenvolvidos e a sua eficácia no desenvolvimento de pessoas, conforme as estratégias do negócio. Além disso, ela também se configura como uma fonte de vantagem competitiva por meio da retenção de talentos. Veja, a seguir, como é o seu funcionamento.

 

As etapas do modelo de avaliação de Kirkpatrick

 

O modelo de avaliação de Kirkpatrick sugere a avaliação da eficácia dos cursos em quatro níveis: reação, aprendizado, comportamento no cargo e resultados.

Um funcionário satisfeito (reação) com o treinamento absorveria melhor o conteúdo (aprendizagem); aplicaria esse conhecimento em seu ambiente de trabalho (comportamento) e, assim, produziria efeitos positivos na empresa, o que poderia melhorar os resultados finais da organização (resultados) em que trabalha.

Para entender melhor, confira como funciona cada etapa do modelo de avaliação de Kirkpatrick.

 

 

Reação

 

A aprendizagem não depende apenas das características do treinamento e do ambiente organizacional, mas também de características pessoais e das percepções. Nessa etapa, é avaliada a satisfação relativa aos serviços prestados pela entidade contratada.

São avaliados: o modelo pedagógico, a tecnologia de suporte, o modelo tutorial, o instrumento de avaliação e a coordenação do curso. Dessa forma, é possível fazer correções (alterar o material didático, substituir os instrutores) para obter melhorias e, assim, prestar um serviço de qualidade.

Os colaboradores em treinamento são questionados se gostaram da formação, se o suporte dado foi o suficiente para a realização do curso e se colocariam em prática o que aprenderam. Também é avaliado se a taxa de rejeição foi baixa, pois a insatisfação reduz as possibilidades de aprender.

 

Aprendizado

 

A aprendizagem pode ocorrer de forma individual ou colaborativa. Nessa etapa, é avaliado se as condições adequadas ao aprendizado foram atendidas, como a orientação dos requisitos mínimos para a entrada no sistema (caso seja EAD), realização de trabalhos individuais e em grupos, realização das provas e a participação em discussões.

O objetivo geral de cursos de educação e qualificação para os profissionais é a absorção de aprendizados que são essenciais para o aprimoramento de competências. Portanto, são avaliados se os objetivos foram atingidos, como a mudança na maneira de analisar a realidade, a ampliação do conhecimento e o aumento das habilidades.

 

Comportamento

 

Aqui, é feito o acompanhamento dos resultados obtidos com o treinamento. Como medir adequadamente esses resultados? O colaborador é questionado quanto ao tempo para assimilação do conteúdo e sobre o que foi necessário para essa assimilação.

Além disso, também é verificado se ele aplicou o que aprendeu no ambiente de trabalho, bem como se houve condições necessárias, por parte da organização, para a aplicação dos novos conhecimentos. Não só condições físicas e de rotina, mas também por parte da liderança, já que o comportamento do gestor do setor influencia no comportamento do trabalhador.

Por exemplo, se o gerente demonstra interesse nos treinamentos, ele acaba encorajando os seus subordinados a se interessarem mais pelo curso e colocar em prática os conteúdos. Caso contrário, o desinteresse ou a indiferença do gerente faria com que os colaboradores não se engajassem nos cursos.

 

Resultados

 

É a hora de identificar os ganhos obtidos com o treinamento realizado. Essa etapa é considerada a mais difícil de ser mensurada, mas é a melhor forma de avaliar um programa de treinamento. São analisados: se houve algum ganho de tempo na execução de tarefas ou procedimentos organizacionais, redução de acidentes em setores específicos ou redução da rotatividade de pessoal.

Os resultados podem comprovar a eficiência e eficácia do treinamento e validar a sua aplicação junto aos colaboradores. A mensuração pode ser realizada por meio da comparação de dados estatísticos, avaliando os fatores antes, durante e pós-treinamento. Devido a isso, essa etapa torna-se a mais demorada.

 

 

A relevância do modelo de avaliação de Kirkpatrick e como funciona

 

Mas você sabe por que deve avaliar um treinamento e quais são os benefícios de fazer isso? Então confira alguns motivos para realização da avaliação de Kirkpatrick em seus treinamentos.

 

  • desenvolvimento de novas habilidades de forma correta;
  • promoção da flexibilização de técnicas organizacionais;
  • renovação nas experiências gerenciais;
  • aumento da capacidade dos trabalhadores;
  • identificação das necessidades de aprendizagem de forma coerente com o perfil do colaborador;
  • garantia de que o programa gere os resultados esperados;
  • orientação para novos treinamentos.

 

Esses resultados são obtidos, pois os colaboradores conseguem identificar que de fato estão sendo valorizados e que a corporação está investindo todos os esforços para que eles aprimorem seus resultados e se tornem profissionais de alta performance. Por isso, é fundamental utilizar o modelo de avaliação Kirkpatrick.

Cada nível é extremamente relevante e eles podem ser avaliados utilizando algumas ferramentas. Para a reação, é interessante aplicar uma entrevista de satisfação, de preferência anônima.

Para o aprendizado, os próprios cursos costumam realizar uma avaliação no final de cada conteúdo, mas caso julgue necessário, pode ser feito um novo questionário dos pontos-chave para verificar se o profissional realmente compreendeu o conteúdo.

Já para o comportamento, faça uma avaliação de desempenho e observe se o funcionário obteve melhora e se utilizou os conhecimentos aprendidos no treinamento em seu cotidiano. Por fim, para avaliar os resultados, faça um comparativo do que era obtido antes e do que foi obtido depois do treinamento e veja se de fato surtiu efeito.

A avaliação dos programas de treinamentos é essencial para garantir que os objetivos sejam alcançados. A partir dessa avaliação, é possível obter informações importantes que possibilitam a adequação e as melhorias no processo educacional. Para isso, é importante compreender como ocorre o processo de aprendizagem e a transferência dos conhecimentos.

 

O modelo de avaliação de Kirkpatrick em prática

 

Para colocar o modelo de avaliação de Kirkpatrick em prática, é preciso ter bastante disciplina e focar em resultados claros. Logo, busque identificar os indicadores mais importantes no processo que possibilitam o alcance dos anseios de curto e longo prazo.

É um grande desafio ser capaz de mensurar esses dados de maneira palpável. No entanto, é fundamental, posto que apresentam uma relação muito próxima com o ROI (Retorno sobre Investimento) da corporação.

Para isso, busque fazer a comparação de dados estatísticos, analise os resultados observando o que era obtido antes, durante e após os treinamentos. Vale a pena, inclusive, utilizar ferramentas de LMS (Learning Management System ou Sistema de Gestão de Aprendizagem) que são capazes de entregar levantamentos detalhados e seguros.

Como vimos, o modelo de avaliação de Kirkpatrick gera inúmeros benefícios e não é uma estratégia tão complexa: requer apenas disciplina, atenção e paciência para que os resultados comecem a chegar.

Uma corporação engajada na conquista do sucesso deve estar atenta às ferramentas de gestão que podem auxiliar na melhoria contínua de seus resultados e da qualidade dos profissionais que integram seu quadro de pessoal.

Logo, para garantir que sua empresa tenha uma avaliação de qualidade, invista no modelo de avaliação de Kirkpatrick, o qual além de avaliar os resultados, também leva em consideração os fatores que interferem neles com base em quatro níveis (reação, aprendizagem, comportamento no cargo e resultados).

Agora, você já sabe como avaliar um programa de treinamento com o modelo de avaliação de Kirkpatrick. Então que tal você aprender sobre soft skills?

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